quinta-feira, 19 de março de 2015

Duque fala pouco à CPI; diz ter "consciência tranquila"

Brasília - Denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal por corrupção na Petrobras, o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque exerceu nesta quinta-feira o seu direito constitucional de ficar calado na maior parte do depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga um escândalo envolvendo a petroleira.
Duque quebrou o silêncio poucas vezes, em um total de quatro horas de sessão. Em uma dessas ocasiões, ele negou que sua esposa teria procurado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua primeira prisão. Disse também não ter conhecido o doleiro Alberto Youssef, acusado de ser um dos operadores do esquema.
Ao final do depoimento, o ex-executivo da Petrobras se defendeu e afirmou que não pode ser responsabilizado por exercer o direito de permanecer calado. Duque afirmou que estava apenas seguindo uma orientação da sua defesa.
"Não tenho problema algum em discutir qualquer um dos assuntos levantados aqui, pois tenho consciência tranquila. Tenho como responder e tenho argumentos suficientes para rebatê-los (aos deputados)", declarou.
Ele disse ainda que o fato de estar em silêncio não significa medo ou culpa e que irá provar que seus bens são fruto de seu trabalho, e não de corrupção.
"Tenho orgulho do meu trabalho. Lamento que a companhia (Petrobras) esteja passando por isso", finalizou.
Duque, um dos investigados pela Operação Lava Jato, foi preso nesta semana pela Polícia Federal, que apura um esquema de corrupção que envolve a Petrobras, empreiteiras e políticos.
"Eu tenho certeza que no momento oportuno serão esclarecidas e serão sanadas todas as dúvidas. Tenho certeza que existe uma hora de falar, uma hora de calar. Essa é a hora de calar, do meu ponto de vista", afirmou.
Duque está entre os 27 denunciados pelo Ministério Público à Justiça, na segunda-feira, por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.
O ex-diretor foi preso pela primeira vez em 14 de novembro junto com executivos de grandes empreiteiras do país, após uma série de denúncias de corrupção envolvendo grandes obras da estatal. Ele deixou a prisão em dezembro graças a um habeas corpus.
O nome de Duque foi citado pelo ex-gerente-executivo da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos principais operadores do esquema de corrupção, em depoimento à CPI da Petrobras.
Barusco, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, disse que o mecanismo de desvio de recursos envolvia empresas, Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, citados como "protagonistas" pelo delator.
INSATISFAÇÃO 
O depoimento do ex-diretor estava originalmente previsto para ocorrer nas dependências da Polícia Federal, mas foi transferido para um dos plenários da Câmara dos Deputados após o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspender ato da Mesa que vedava a realização de oitivas de presos no local.
"Saímos insatisfeitos daqui hoje", afirmou o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), após a sessão desta quinta-feira, em relação ao voto de silêncio do ex-diretor.
Ele completou afirmando que foi informado pouco antes do começo da reunião, pelo advogado do ex-diretor, que Duque se manteria calado.
A participação de Duque na CPI da Petrobras foi autorizada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
INVESTIGAÇÃO A CPI 
está perto de contratar a empresa Kroll para auxiliar na busca de valores de corrupção que podem ter sido desviados para o exterior, afirmou nesta quinta-feira o presidente da comissão.
"Faltam últimos detalhes para a contratação da empresa Kroll para a busca de ativos no exterior, para que a gente possa encontrar algum recurso que por ventura não tenha sido devolvido nas delações premiadas e que sejam fruto de desvios dos contratos da Petrobras...", afirmou.
A Suíça informou na véspera que cerca de 120 milhões de dólares em ativos congelados por conta das investigações de corrupção na Petrobras estão sendo repatriados ao Brasil.
O valor liberado pela Suíça é apenas uma parte do total de cerca de 400 milhões de ativos congelados em contas no país em função das investigações envolvendo o escândalo da Petrobras.

"Não tem reforma ministerial", afirma Dilma após demissão de Cid Gomes

Gomes deixou o Ministério da Educação na quarta-feira (18) após embate com deputados e com o presidente da Câmara

Na tentativa de conter as especulações sobre sua equipe, a presidente Dilma Rousseff disse em coletiva nesta quinta-feira (19) que não fará uma reforma ministerial. A afirmação foi feita depois da queda de Cid Gomes, que deixou o Ministério da Educação na última quarta-feira (18). Segundo Dilma, não há "perspectiva" para alterar "nada nem ninguém".
Cid Gomes entregou o cargo após discutir com deputados no plenário da Câmara. Ao sair do Planalto, Gomes justificou a saída reconhecendo que sua declaração, que acusava parte da Câmara de ser formada por "achacadores", criou dificuldades para o governo junto a base aliada. “A conjuntura política impede minha presença no governo”, disse o ex-ministro.
“Minha declaração criou dificuldades para a base do governo”, disse Cid Gomes. O ex-titular da Educação acredita que a presidente conseguirá superar a crise de imagem pela qual passa.
Saída de Cid Gomes
A reunião de Cid Gomes com a presidente, realizada no Palácio do Planalto, durou menos de cinco minutos. Ele informou que não deu espaço para que a presidente insistisse em sua permanência. "Disse a ela que era em caráter irrevogável", disse.
A presença de Cid Gomes na Comissão Geral nesta quarta-feira foi tensa. O deputado federal Sergio Zveiter (PSD/RJ) chamou o ministro da Educação de "palhaço". Muito ofendido, Gomes pediu respeito. Quando tentou voltar a falar, teve o microfone cortado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). 
O secretário-executivo do Ministério da Educação, Luíz Cláudio Costa, assume interinamente a pasta até a indicação do substituto de Cid pela presidente.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Assessoria: Sarney pode ter alta até dia 9

A assessoria confirma a informação mesmo após o político ser transferido
para a UTI na noite de ontem
Da Redação, com Agência Brasil
O presidente do Senado está fazendo tratamento por causa de uma infecção pulmonar / José Cruz / Agência Brasil
O presidente do Senado está fazendo tratamento por causa
de uma infecção pulmonar
José Cruz / Agência Brasil
O quadro de saúde do senador José Sarney (PMDB-AP) é estável e a expectativa é que ele receba alta até o final da próxima semana, informou no início da tarde desta sexta-feira a assessoria de imprensa do senador. Na noite de ontem, ele foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após apresentar quadro de febre acompanhada de tremores.

O boletim médico do hospital informa que ele fez exames de imagem no cérebro, na face e no abdome e os resultados apontaram acúmulo de líquido no pulmão direito. Por essa razão, a equipe formada pelos médicos David Uip, Roberto Kalil e Carlos Gama optou pela transferência. A assessoria do senador destaca, no entanto, que a decisão de levá-lo à UTI diz respeito, sobretudo, à necessidade de preservar o paciente, pois ele estaria recebendo muitas visitas em São Paulo.

Sarney está internado no Sírio-Libanês, desde o dia 31 de julho. Ele chegou ao hospital, na capital paulista, vindo de São Luís (MA), onde estava internado no Hospital UDI para tratamento de uma infecção pulmonar. A assessoria informou ainda que a vinda a São Paulo foi um pedido da família para que ele pudesse aprofundar os exames, fazendo um check-up, mas que o quadro do político é bom. Há previsão de um novo boletim até o fim da tarde de hoje.


Político e escritor, o maranhense José Sarney está na vida pública há 60 anos. Ele foi governador do Maranhão, presidente do Senado e presidente da República de 1985 a 1990. Autor de diversos livros, Sarney é membro da Academia Brasileira de Letras.
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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Serra: trazer médico de fora é “perfumaria”

Tucano também garante não estar preocupado com as próximas eleições, em 2014, após ser derrotado
nos dois últimos pleitos
Da BandNews FM
Serra disse temer pela contratação de médicos com “qualidade discutível
Serra disse temer pela contratação de médicos com “qualidade discutível" Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Arquivo

No dia em que médicos de 22 estados decidiram paralisar suas atividades, José Serra, ex-ministro da Saúde, fala sobre uma das principais reclamações da categoria – a criação do Programa Mais Médicos por parte do governo federal – em entrevista à BandNews FM. O tucano mantém o mesmo discurso dos manifestantes e também garante não estar preocupado com as próximas eleições, em 2014, após ser derrotado nos dois últimos pleitos (2010, para presidente, e 2012, para prefeito de São Paulo).

Sobre o Programa Mais Médicos, que visa trazer profissionais estrangeiros para suprir a demanda de regiões mais afastadas, Serra disse temer pela contratação de médicos com “qualidade discutível, principalmente os de Cuba”. “Se você trouxer um médico de Portugal e da Espanha você vai ter que pagar muito, então, é só uma medida de perfumaria’”, diz.

“Para levar médico pra região distante você precisa ter boa remuneração, instalações, outros profissionais de saúde, enfim, você precisa fazer isso planejadamente”, completa Serra. O tucano também critica a mudança que amplia a duração do curso de medicina de seis para oito anos - pouco depois, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou que o governo desistiu da proposta.

Eleições
Na entrevista à BandNews FM, Serra deixa em aberto o seu futuro na política. “Não estou com nenhum plano definido para sair do PSDB, não estou preocupado com as eleições do ano que vem”, afirma.

“Vamos dar tempo ao tempo, vamos ver o que vai acontecendo. Sabe pra qual partido eu pertenço? Ao partido da saúde. Todos aqueles que compartilharem as minhas ideias ou cujas ideias eu apoio para melhorar a saúde do Brasil estão do meu lado”, encerra o tucano.
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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Polícia Civil investiga morte de bombeiro em Campo Grande


Vítima foi encontrada morta com tiro na boca dentro de apartamento.
Homem era cabo do Corpo de Bombeiros; corpo foi achado por colega.

Do G1 MS


Um bombeiro de 40 anos foi encontrado morto com um tiro na boca, nesta sexta-feira (26), no apartamento onde mora, no bairro Petrópolis, em Campo Grande. Segundo o titular da 7ª Delegacia de Polícia Civil, Natanael Balduíno, a vítima estava em cima da cama e, próximo ao corpo, havia uma pistola calibre 40 e uma cápsula.
O corpo foi encontrado, às 9h (de MS), por um colega de trabalho do bombeiro e estava em estado inicial de decomposição. Conforme Balduíno, um morador do condomínio disse que, na madrugada de quarta-feira (24), ouviu um tiro. Possivelmente, essa foi a hora que a vítima morreu, de acordo com o delegado.

Um inquérito será aberto para apurar o caso. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e uma perícia foi feita no local.
Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, o homem era cabo da corporação e estava lotado no Grupamento de Patrulhamento Aéreo. Ainda segundo os bombeiros, ele não apresentava problemas de saúde e passou recentemente, em 1º lugar, em um curso para sargentos.
O caso foi registrado como morte a esclarecer.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eike Batista deixa de ser bilionário, diz Bloomberg

Segundo o ranking, o patrimônio do empresário é de US$ 200 milhões.
Pelas contas da Bloomberg, eike deve US$ 1,5 bilhão a fundo Mubadala.

Do G1, em São Paulo

O empresário Eike Batista na coletiva de imprensa do Rock in Rio (Foto: AFP)
O empresário Eike Batista na coletiva de imprensa
do Rock in Rio (Foto: AFP)
O empresário Eike Batista , que foi o oitavo mais rico do mundo no ano passado, não é mais bilionário, segundo o ranking de bilionários da Bloomberg.

Pelas contas da Bloomberg, ele já havia acumulado pelo menos R$ 2 bilhões em dívidas pessoais, o que significa que o empresário agora tem um patrimônio líquido de cerca de US$ 200 milhões, de acordo com o Index.
A Bloomberg estima que ele deve US$ 1,5 bilhão ao fundo Mubadala, de Abu Dhabi, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Após alcançar uma fortuna de US$ 34,5 bilhões, em março do ano passado, o dinheiro de Batista começou a se evaporar à medida que o desempenho das suas empresas ficaram repetidamente aquém de suas promessas, afundando seu plano para criar um produto integrado e império logística.
Ele começou a vender ativos este ano, à medida que credores pressionaram para levantar dinheiro e pagar a dívida à medida que os prejuízo se acumulavam.


No começo do mês, o mesmo ranking da Bloomberg apontou que a fortuna do milionário era de US$ 2,9 bilhões.
Desconfiança
A desconfiança de investidores com as empresas "X" teve início após seguidas frustrações com a produção de petróleo da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso de Eike. A OGX decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
Diante dos prejuízos registrados por suas companhias e da desconfiança de bancos e investidores, Eike corre o risco de ter de se desfazer de parte de suas empresas.
As dívidas da empresa com o BNDES colocam em xeque o apoio do banco a megagrupos nacionais e vem impactando a Bovespa como um todo.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

CCJ aprova fim do voto secreto na eleição de presidente do Senado

Mariana Jungmann - Agência Brasil
imagem do prédio do senado federal
O projeto de resolução que torna aberto o voto para
eleição do presidente do Senado faz parte de um conjunto
de propostas legislativas pautadas para atender às demandas das
manifestações (Fernando Stankuns/Creative Commons)

Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje (17) um projeto de resolução que torna aberto o voto dos senadores nas eleições para presidentes da Mesa Diretora e das comissões da Casa.
O projeto altera diversos artigos do Regimento Interno para eliminar as possibilidades de voto secreto nesses casos. O objetivo é tornar mais transparente a atuação dos senadores e mostrar se há coerência entre o que eles defendem publicamente e a maneira como votam.
O projeto de resolução que torna aberto o voto para eleição do presidente do Senado – que também preside o Congresso Nacional – faz parte de um conjunto de propostas legislativas que têm sido pautadas para atender às demandas das manifestações de rua que começaram em junho em todo o país.
O voto aberto, entretanto, ainda não está valendo. O projeto de resolução será encaminhado para a comissão especial que está cuidando da reforma do Regimento Interno do Senado. Depois, junto com as demais propostas de mudanças no regimento, seguirá para o plenário da Casa para votação final. Depois, o texto segue para a Câmara dos Deputados. Se for aprovado, será promulgado. Não há previsão de quando a tramitação será concluída.
Edição: Juliana Andrade